sábado, 16 de abril de 2011

Do livro do Desasossego - Fernando Pessoa (Bernardo Soares)


De repente, como se um destino médico me houvesse operado de uma cegueira antiga com grandes resultados súbitos, ergo a cabeça, da minha vida anónima, para o conhecimento claro de como existo. E vejo que tudo quanto tenho feito, tudo quanto tenho pensado, tudo quanto tenho sido, é uma espécie de engano e loucura. Maravilho-me do que consegui não ver. Estranho quanto fui e que vejo que afinal não sou.
Olho, como numa extensão ao sol que rompe nuvens, a minha vida passada; e noto, com um pasmo metafísico, como todos os meus gestos mais certos, as minhas ideias mais claras, e os meus propósitos mais lógicos, não foram, afinal, mais que bebedeira nata, loucura natural, grande desconhecimento. Nen sequer representei. Representaram-me. Fui não o actor, mas os gestos dele.

sábado, 2 de abril de 2011

Javier Moro in As Montanhas de Buda .

Felicidade possível...
Sem amor, sem compaixão, não há felicidade possível. E o amor nasce na paz do espírito. O bem estar material não é suficiente para alcançar a felicidade, se não for acompanhado por um desenvolvimento espiritual.