domingo, 6 de junho de 2010

Para abrir o coração




“Tentar mudar o mundo sem mudar a nossa mente é como tentar limpar o rosto sujo que vemos no espelho esfregando o vidro. Mesmo com uma limpeza vigorosa a imagem refletida não melhorará. Só é possível alterar a imagem depois de lavar o rosto e pentear o cabelo desgrenhado. Do mesmo modo, se pretendemos ajudar a criar as condições que propiciam a paz e o bem-estar no mundo, precisamos, antes de mais nada, refletir essas qualidades.
O Ponto de partida é beneficiar os outros tanto quanto beneficiamos a nos mesmos. Ao reconhecer que assim como nós, todos desejam se liberar do sofrimento e alcançar a felicidade, procuramos cuidar da mesma maneira, e simultaneamente, de nós e dos demais. Com o tempo, o âmbito dessa motivação se expande ainda mais e passamos a considerar que as necessidades dos outros são mais importantes que as nossas. Cultivamos uma compaixão ilimitada e imparcial, não apenas por nossos filhos, amigos, pais e pessoas das nossas relações, mas por todos os seres, sem preferências.
Essa compaixão – o desejo de aliviar o sofrimento de todos os seres sem distinção – faz parte do significado do termo sânscrito bodhisattva.
Quando o desejo altruísta de servir aos demais surge em nós pela primeira vez, não podemos dizer que somos verdadeiros bodisatvas, mas é um ponto de partida. Depois, nos empenhamos em desenvolver o altruísmo em todos os aspectos da vida e eliminar tudo que possa obscurecer as nossas qualidades positivas naturais. O resultado final, chamado de iluminação na tradição budista, é o poder de ajudar todo aquele que nos vir, ouvir, tocar ou se lembrar de nós. Tal benefício é espontâneo, incessante e desimpedido. “
Do livro: Para abrir o coração
De: Chagud Tulku Rinpoche

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