terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O corpo feminino, por Paulo Coelho‏

Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o

corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma

emoção.
Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é

visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos

importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não

de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas,

cheinhas, femininas.... Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota

numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas,

seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem,

são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas

são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não

podem tê-los.·
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a

doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.·
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para

andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados,

melhor.·

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas...

Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam

conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto.

Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão

e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o

melhor sofá embalado no sótão.·

É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo

magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha,

simpática, tranquila e cheia de saúde.·

Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque,

nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por

uma mulher.

Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com

sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos

fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a

nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas

que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma

mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem

problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e

sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que

quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não

antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem

sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro,

tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando

tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas

de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas

de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em

spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o

sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram

alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de

cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos

vivos.

Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

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